14 de dezembro de 2009

Sobre quina e desesperos.

Ele me liga da sala de espera de um cliente.


Ele:
Mor, tá na Net?

Eu: Sim.

Ele: Entra no site da caixa e vê o resultado da quina.

Eu: Nossa, mas assim? Agora? Já?

Ele: É, amor. Agora, nesse minuto, já.

Eu: Aconteceu alguma coisa, Pi? (Tipo, foi demitido)?

Ele: Não, linda, pára. Tá tudo bem claro. É que de repente me deu um desespero para ficar rico que é incontrolável.

2 de dezembro de 2009

A dor e a delícia de ser o que se é.

Juju chega para trabalhar de carona porque deixou seu carro com sua mãe.
Na hora do almoço desce na garagem para ir ao mercado. Espera por volta de 5 minutos na garagem quando resolve chamar o Mathias, o manobrista do prédio.


Juju: Mathias. Mathias pelo amor de Deus! Eu estou atrasada, cadê meu carro?

Mathias: Ué, Dra? Eu que vou saber? Só que que aqui hoje seu carro não está.

Juju: Como assim Mathias!?

Mathias: Dra, a Senhora está boa? A senhora nem entrou pela garagem hoje.

Dois segundos para processar e ela com uma cara de sabe-se lá o quê, suspira desgostosa do papelão.

Juju: Ai ai, Mathias. Às vezes eu acho que estou ficando doida.

23 de novembro de 2009

Sobre vontades e carocinhos de melancia.

Estamos na varanda sentados no chão num papo gostoso e rindo das coisas que a gente sempre ri como dois verdadeiros toscos que somos. Ele está comendo uma melancia em fatias que eu coloquei no prato. Só que sou uma pessoa que se concentra nos papos não percebendo outras coisas a minha volta. Quando de repente eu fiquei atenta percebi que, sutilmente, ele tirava os carocinhos da melancia e empurrava com a língua para fora da boca no chão.

Eu: Renato, você está jogando os carocinhos da melancia no chão da varanda?

Ele: Jogando não, amor. Estou colocando aqui.

Eu: Mas escuta, a Edna lavou a varanda hoje, amor. Porque você não pega um prato?

Ele: Não sei, mor. Me deu vontade de jogá-los aqui nesse canto.

Melhor do que ele ter vontade de me lançar grade afora.
Né??

12 de novembro de 2009

Aikuzinho.

O Renato queria ajudar os pais dele a trocar de celular com aqueles bônus das operadoras. Eu mesma me passei pela irmã do Renato, e consegui umas vantagens. Aí foi a vez dele ligar pra operadora, num tom mais...sincero:

Renato: Boa noite com quem eu falo?

Operadora (futura Bruna): Boa noite, Sr, meu nome é Bruna Medeiros. Com quem eu falo?

Renato: Oi Bruna, Meu nome é Renato, e eu estou ligando em nome do meu pai Sergio Ratz, que tá aqui do meu lado.

Bruna: Pois não Sr. Renato, em que posso ajudá-lo?

Renato: Pois é Bruna, uma outra operadora ofereceu um novo celular com um plano legal para eles.

Bruna: Pois não?

Renato: Só que meu pai gostaria de usar ainda os bons serviços de vocês e manter a linha que ele também tem pra uso profissional. Por isso eu gostaria de saber se vocês não têm nenhum tipo de bônus pra ele comprar um aparelho novo?

Bruna: Com certeza, senhor. O senhor tem preferência por alguma marca?

Renato: Ah, sei lá. Nokia, Motorola, e dá uma olhada se aquele Aikuzinho legal também têm desconto.

Desconto foi o que não demos pro Renato e óbvio, caimos na gargalhada lá na sala. Nessa hora o Renato, em tons avermelhados, percebeu o que tinha dito pra pobre da Bruna e tentou consertar.

Renato: Putz Bruna, eu falei Aikuzinho legal pra você, né? Mas não foi isso que eu quis dizer, desculpa!

Bruna (que foi ainda mais lenta que o Renato): Lamento...não entendi, senhor.

Renato: É que eu te disse Aikuzinho legal, mas eu tava falando daquele celular novo da Aiko, sabe? Juro que não foi nenhuma pseudo-proposta erótica, juro, desculpa mesmo.

Bruna: Desculpa ainda não compreendi, senhor Renato.

Renato: Eu disse Aikuzinho legal, Ai...kuzinho legal, entendeu? (e a gente ainda se debatendo de tanto rir, já sem saber se do fora ou da explicação do Renato)

Bruna: Não, senhor! Talvez se o senhor explicar mais claramente, eu posso estar verificando.

Renato: Bruna querida, afinal, você teria alguma idéia se você me daria algum desconto em algum celular?

Bruna: Senhor Renato, gostaria de pedir que o senhor esteja retornando daqui a uns 10 minutinhos porque o meu sistema não está funcionando. E para que eu esteja fazendo esta verificação e indicando um celular eu preciso do meu sistema.

Renato: Você já estava sem sistema quando me atendeu, Bruna?

Bruna: Infelizmente sim, senhor. Existe algo mais que eu possa fazer para estar ajudando o senhor, ou o senhor estará retornando a ligação mais tarde?

Renato: Bruna, Bruna, tem certeza que não conhece o Aikuzinho...?

AFFF...TEM HORAS QUE ESTARÍAMOS GOSTANDO DE ESTAR MANDANDO ALGUÉM TOMAR, NÉ?

4 de novembro de 2009

Sobre o pânico de estar passageiro

O Renato sai sempre da garagem de ré e relativamente rápido. E eu fico agoniada de ser passageiro...

EU:
Amor, vai devagar.

ELE:
Eu não acredito, linda! Nem sai da garagem e você já está me mandando andar devagar?

EU:
Ué, já estou avisando antes! Pra você ter cuidado!

ELE:
Eu sempre tenho cuidado!

JÁ NA RUA.... (A EXATOS 12 METROS DA SAÍDA DA GARAGEM)

EU:
Amor, olha a lombada!

ELE:
Ah,esse morrinho pintado de preto e amarelo pintado no chão é uma lombada?? Que bom que você avisou!!

EU:
Olha ela, não vem não, Renato, você não tinha visto!!!...

ELE:
Como é que você sabe que eu não vi se eu estou há, pelo menos, 15 metros da lombada?! Você não quer dirigir, amor?

EU:
Não, obrigada.

ALGUNS METROS MAIS TARDE

EU (segurando na porta e meio tensa):
Olha o caarro! Putz, mor!!!

(ALIÁS POR QUE SEMPRE SEGURAMOS A PORTA OU O VIDRO?)

ELE:
Tatiana, você é louca? Quer me matar de susto?

EU:
Desculpa amor, mas eu APOSTO que você não tinha visto aquele carro!

ELE
: Claro que eu vi, Tatiana. Mas você há de convir comigo que o carro passou longe né! Você tem certeza que não quer dirigir?

EU: Tenho!

E ELE ACENDE UM CIGARRO.

EU:
Você pode trocar o cigarro de mão?

ELE: Você está de brincadeira comigo, né?

EU: É porque você acaba me queimando, uma hora dessas. Esse cigarro sempre vem na direção da minha mão quando resolvo trocar de estação com a minha mão esquerda!

ELE: Sabe porque isso acontece? Porque você não pára com esta rádio um segundo. A gente não consegue ouvir nenhuma música inteira, percebe, amor?

EU: Eu paro, mas você troca o cigarro de mão?

ELE: Tá bom. Estou perdendo o controle da direção do carro, não controlo o rádio desde que vivo com você e ainda estou perdendo o direito CONSTITUCIONAL de fumar com a mão direita. Você não acha demais isso?

EU: Aff Renato, como você é rude! Só estou comentando. O que custa você prestar mais atenção nisso tudo???

ELE: Não custa nada. Mas a partir de hoje quem dirige é sempre você. Tá avisada.

EU: Tá tô avisada. Mas só se você prometer que não fica dando pitaco enquanto eu dirijo! eheh

 
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